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  • CASO CLÍNICO - ENDODONTIA

    Tratamento endodôntico em Incisivo Central Superior com fratura radicular e obturação direta com Agregado Trióxido Mineral – MTA

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Tratamento endodôntico em Incisivo Central Superior com fratura radicular e obturação direta com Agregado Trióxido Mineral – MTA

Acadêmico: Ueligton Cordeiro | 5º Semestre 2011
Clínica de Reabilitação Oral – Endodontia
Professor Responsável: Élcio Daleffe


Relato do Caso:

Paciente do Sexo feminino, 29 anos, procurou a clínica da UNIC Tangará da Serra, relatando durante a anamnese, ter sofrido acidente ciclístico a um mês. A paciente portava contenção do elemento 13 ao 23 colocada por CD quando atendida em consultório no Posto de Saúde do bairro em que reside (Imagem A). Após tomada radiográfica dos elementos anteriores foi diagnosticado uma fratura no terço médio radicular do elemento 21 (Imagem B). Ao teste de vitalidade teve resposta negativa constatando necrose pulpar, com ausência de fístula.
Mesmo estando o fragmento da fratura distante e com prognóstico duvidoso optou-se pelo tratamento endodôntico convencional, na tentativa de limpeza da cavidade pulpar e posterior obturação englobando a região fraturada. Para um eficiente isolamento absoluto, tendo em vista a existência de contenção nos elementos, foi utilizado Cotozol nas faces vestíbulo-palatina (Imagem C). A Técnica escolhida foi a Escalonada Regressiva Programada, utilizando como solução irrigadora água de Cal (hidróxido de Cálcio PA associado à água destilada) (Imagem D), para não irritar o tecido exposto na fratura radicular e posterior obturação com MTA. A medicação intracanal por 15 dias foi o Calen PMCC associado a Iodofórmio (Imagem E), visando uma melhor evidenciação radiográfica do canal medicado (Imagem F).
Após o período foi realizada a manipulação e aplicação do Agregado Trióxido Mineral (MTA - Angelus®, Londrina, Paraná, Brasil) (Imagem G), obturação total do conduto com MTA, radiografia periapical (Imagem H), remoção dos excessos e finalização com ionômero de vidro (Imagem I).
Uma semana depois foi verificada a existência de mobilidade no elemento, mantendo-se assim a contenção. Foi executada a restauração final com resina composta.
O prognóstico para o caso é duvidoso devido à distância dos fragmentos. Segundo os relatos de Holland et al. (2002) espera-se a formação de tecido fibroso na região fraturada e manutenção da estabilidade do elemento, devido às boas propriedades seladoras e biológicas do MTA e considerando que ele estimula a neo-formação de tecido duro na região exposta. Torabinejad e Chivianna (1999) relatam a formação de cemento sobre o MTA e regeneração dos tecidos peri-radiculares com conformação semelhante à normal.

REVISÃO DE BIBLIOGRAFIA

Segundo Lopes e Siqueira (1999) a obturação do sistema de canais radiculares tem como objetivo selar toda a extensão da cavidade endodôntica de forma tridimensional. O material obturador deve ser inerte ou anti-séptico que não interfira e de preferência estimule o processo de reparo apical e periapical. Para Leonardo e Leal esse deve ocorrer após a conclusão do tratamento endodôntico radical.
Segundo Torabinejad e Chivian (1999) as principais vantagens observadas do uso do MTA (Agregado Trióxido Mineral) como alternativa de material obturador é seu menor grau de resposta inflamatória, formação de cemento sobre o MTA e regeneração dos tecidos periradiculares com conformação semelhante à normal.
O MTA é um pó constituído de silicato tricálcico, aluminato tricálcico, óxido tricálcico, óxido de silicato, óxido de bismuto e ainda pequenas quantidades de outros óxidos que modificam propriedades químicas e físicas. O mecanismo de ação do MTA é similar ao hidróxido de cálcio. O óxido de cálcio, um dos constituintes do MTA, ao realizar-se a preparação da pasta com água, seria convertido em hidróxido de cálcio. Este por sua vez, em contato com os fluidos tissulares, se dissociaria em íons cálcio e hidroxila. Na seqüência, haveria a formação de uma ponte de tecido duro. O pó de MTA é constituído ainda por finas partículas hidrofílicas, que favorecem o uso na presença de umidade (Schwartz e Colaboradores - 1999).
Comparando os efeitos antimicrobianos da pasta de hidróxido de cálcio e o MTA, foi verificado que a pasta de hidróxido de cálcio foi superior. No entanto, Torabinejad e Colaboradores (1999) relataram que o MTA apresenta propriedades antimicrobianas para 5 das 9 bactérias facultativas mais encontradas em canais radiculares infectados, mas não tem efeito sobre bactérias estritamente anaeróbias. Schwartz e Colaboradores (1999) descrevem que a ação antimicrobiana do material pode estar relacionada ao pH de 12,5, observado após a colocação do MTA, que é semelhante ao do hidróxido de cálcio.
Ainda de acordo com Schwartz e Colaboradores, a deposição de cemento sobre o MTA e o estabelecimento de um ligamento periodontal são preferíveis á formação de tecido fibroso que acontece com outros materiais. O cemento pode formar um selamento biológico que é semelhante ao de uma superfície de raiz normal.
Segundo Holland e Colaboradores (2002), após a sua presa, o MTA passa a conter óxido de cálcio, que reagindo com os fluidos teciduais origina o hidróxido de cálcio. Assim, o seu possível mecanismo de ação pode ser semelhante ao produzido pelo hidróxido de cálcio, estimulando a deposição de tecido duro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LOPES, H. P.; SIQUEIRA Jr., J. F.Endodontia: Biologia e Técnica. Rio de Janeiro:Medsi, 650p., 1999.
LEONARDO, M. R.Endodontia: Tratamento de Canais Radiculares - Princípios e Técnicas biológicas.Volume 1.Artes Médicas, São Paulo, 2005.
TORABINEJAD, M.; CHIVIAN, N. Clinicalapplicationsof mineral trióxideaggregate. J. Endod., v. 25, n.3, p. 197-205, mar. 1999
SCHWARTZ, R. S.; MAUGER, M.; CLEMENT, D. J.; WALKER III, W. A. Trióxido Mineral Agregado: um novo material para endodontia. JADABrasil, v.2, p. 44-52, out. 1999
HOLLAND, Roberto. et al. Agregado de Trióxido Mineral (MTA): Composição, Mecanismo de Ação, Comportamento Biológico e Emprego Clínico. Odontológicas, Marília, ano 5, n.5, p. 7-21. 2002.

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